DEPENDÊNCIA QUÍMICA E EXCLUSÃO SOCIAL
A PIOR DOR DO DEPENDENTE QUÍMICO É A RECUPERAÇÃO DA CIDADANIA!
Para entender o
processo de tratamento dos dependentes químicos para a reinserção social ou
reintegração, é necessário retomar o conceito de exclusão, definido como “ ato pelo qual alguém é privado ou
excluído de determinadas funções” (Dicionário Aurélio, 1986). Essa
exclusão, portanto implica na rejeição do indivíduo como cidadão de
direitos e pessoa humana, seja por falta de acesso aos sistemas sociais
básicos, como família, moradia, trabalho formal ou informal e saúde. A partir
do momento em que o jovem começa a fazer uso abusivo e destrutivo das drogas,
suas relações sociais se enfraquecem concomitantemente com o prejuízo da saúde,
aumentando gradativamente seus problemas de relacionamento e limitando a vida
para um estado de sobrevivência e subdesenvolvimento.
O tratamento
terapêutico caminha para a reconstrução física e psicológica dessas perdas danosas
e desta forma, o paciente doente começará a recuperar o equilíbrio neurológico,
emocional e psicomotor necessário para reconstruir seu novo caminho pós-drogas.
Lamentavelmente, nesses casos em que não houve prevenção ou ela falhou, a
pessoa precisará mudar seu estilo de vida, seus hábitos, sua ingestão nociva de
álcool e outras drogas anteriormente utilizadas, eliminando-se os motivos e
vínculos que a levou até este estado.
Para que o
processo de mudança de vida e hábitos aconteça, é necessária a internação
voluntária, em que o indivíduo, consciente de sua doença, deseja sinceramente
reeducar-se e tratar-se por meio medicamentoso, lúdico, da laborterapia e
cursos em geral. Já que o uso abusivo das drogas rompe gradualmente com os
vínculos familiares e muitas vezes essas pessoas ficam sozinhas e desabrigadas
do lar, sem os recursos financeiros para o devido sustento básico.
A terapia
ocupacional de dependentes químicos auxilia e oferece suporte educacional e
profissional, em que os cuidados com a saúde mental do paciente é acompanhada
sistematicamente e remove as barreiras traçadas por seus comportamentos
anteriormente agressivos e desagradáveis em meio familiar e social,
desencadeando uma reprogramação mental e de comportamento em cada indivíduo
gradualmente.
De acordo com
a Organização Mundial de Saúde, reconhece-se a dependência química como uma
doença porque há alteração na estrutura e funcionamento normal da pessoa,
sendo-lhe prejudicial. Não existe causa única, mas o produto de fatores
diversos, dentre eles; físicos, emocionais, psicológicos e sociais que atuam
simultaneamente, portanto, em alguns casos há fatores, que, sobrepõe-se a
outros.
A superação do
rótulo de dependente químico para um
cidadão comum em recuperação, aceito como um doente que precisa melhorar, e
regenerar sua vida orgânica, pessoal, familiar, educacional, profissional e
social garantirá melhor reconhecimento das políticas públicas sobre drogas no
Distrito Federal.
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